Cyber Esperança

Um Projeto Social Revolucionário

O projeto iniciou-se, quando um dos idealizadores leu, há quinze anos atrás, os livros: O Choque do Futuro e A Terceira Onda de Alvin Toffler. O autor inventou a expressão “choque do futuro” para descrever a tensão arrasadora e a desorientação que causamos aos indivíduos ao submetê-los à excessiva mudança num espaço de tempo demasiadamente curto (Toffler, 1970,p.8). No livro A Terceira Onda, ele relata que a história da civilização é dividida em três grandes ondas de transformações: a revolução agrícola, a revolução industrial e a revolução da informação. Alvin Toffler acreditava que a sobrecarga de informações, devido ao aumento das tecnologias, impactava o cotidiano das pessoas. Consequentemente, ele criou o termo “sobrecarga informativa”, para demonstrar que há muitas informações para serem processadas num curto período de tempo. Atribuía a este fenômeno um grande stress da população, gerando um problema social, ou seja, o choque do futuro.

 

Desde esta época, ao se aprofundar no tema, ele, o idealizador, leu vários artigos e livros sobre o assunto. Um deles, publicado em julho de 2013, no jornal O Globo, com o título Tudo ao mesmo tempo agora: um fenômeno da era digital. (Torres, Bolívar, Revista Amanhã, 2013). Este artigo relata a observação do professor Douglas Rushkoff que afirma que o tempo não avança mais, só o agora interessa. Com o advento das novas tecnologias, nos tornamos escravos do presente. A sociedade se transforma depressa demais e poucos conseguem acompanhá-la. Para Rushkoff, saímos da era do “futurismo” – esta era à que Alvin Toffler se refere no seu livro O Choque do Futuro – e estamos no que ele chama de “presentismo”, um conceito que se encontra no seu livro polêmico Present Shock: When Everything Happens Now.

 

Outro livro que está relacionado ao tema, do psiquiatra Augusto Cury, é A Ansiedade – Como Enfrentar o Mal do Século, publicado em 2014. Nessa obra o autor relata que a “sobrecarga informativa” resulta em uma sociedade de hiperpensantes, sempre inquietos, sem foco e sofrendo por antecipação.

 

Criou-se assim um grupo de trabalho e, consequentemente, surgiu o Projeto Cyber Esperança.

Este projeto faz parte da dissertação Inclusão Digital: Estudo de Caso Oficina Esperança, escrito em 2008, no qual analisou cinco projetos de Inclusão Digital e os dados consolidados desta pesquisa foram fundamentais para iniciar o Cyber Esperança. O grupo então se aprofundou no tema inclusão digital e percebeu o poder transformador da comunidade através da tecnologia, implementando o conceito “comunidade colaborativa”.


De acordo com Paul, Laurence e Charles:

   Uma comunidade colaborativa incentiva as pessoas a aplicar continuamente seus talentos singulares a projetos em grupo — e a ter, como motivação, uma missão coletiva, não só o ganho pessoal ou o prazer intrínseco da criatividade autônoma. Ao combinar um senso de propósito comum a uma estrutura de apoio, essas organizações estão mobilizando talentos e tarimba de trabalhadores do conhecimento em iniciativas flexíveis e altamente gerenciáveis de trabalho em grupo. A abordagem promove não só inovação e agilidade, mas também eficiência e escalabilidade. (Como erguer uma empresa colaborativa, Adler,Paul; Prusak,Laurence; Heckscher, Charles; 2011).


De acordo com o conceito, o Cyber Esperança foca no trabalho coletivo através do uso da tecnologia, principalmente no uso de ferramentas colaborativas. Esta colaboração é fundamental para a comunidade se desenvolver numa sociedade complexa.

Compartilhar conhecimento e criar uma comunidade colaborativa utilizando a internet..
O projeto Cyber Esperança foi divido em duas grandes fases:

A primeira – a implementação de um Centro de Inclusão Digital em comunidades carentes. Inicialmente, o projeto foi apresentado ao pastor da igreja Nova Vida Independente de São João de Meriti que se interessou, devido a sua região ser carente em Educação e, acreditar que o projeto é de extrema importância para a comunidade. A igreja cedeu um espaço, onde a comunidade está construindo uma sala com uma infraestrutura adequada aos requisitos de um Centro de Inclusão Digital.

 

O projeto também foi apresentado a ONG SASDEP por possuir vasta experiência em projetos sociais, inclusive inclusão digital. Analisando o projeto, a Ong apoio a iniciativa e está colaborando com a implementação do mesmo.


A segunda – o uso de uma plataforma de Educação a Distância, um software livre (p. ex. Moodle) para apoiar os cursos a distância acessível através da internet, com a finalidade de integrar as comunidades carentes. Esta integração será fundamental para democratizar o ensino.

A participação da sociedade será fundamental para o sucesso deste projeto.Criaremos campanhas de arrecadação na internet utilizando sites de financiamento coletivo com objetivo de construir um bem social na comunidade através da educação, cultura e atividades físicas.

Interessante ressaltar que as atividades físicas e culturais serão fundamentais para quebrar o paradigma do mundo digital: A tecnologia aproxima o que está longe e afasta o que está perto.